Câmara aprova projeto tornando a carne oreada como Patrimônio Cultural

03/06/2015 - Por: ASCOM - Iramar Ferreira - MTB.804/MS - Visitas: 13097

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Projeto de lei, de autoria dos vereadores Paulo Reis (PMDB) e Mauro do Atlântico (PT), que  declara o cupim e a  carne oreados, como patrimônio histórico cultural e Imaterial da cidade de Aquidauana, foi aprovado por unanimidade na Casa de Leis.

Conforme destacou Paulo Reis, a  tradição dos pantaneiros sempre foi a degustação e a apreciação gastronômica da  carne oreada, tanto para a facilidade no transporte sem refrigeração, quanto pela tradição em apreciá-la com arroz e mandioca.

 O cupim oreado,  conforme informou,  foi o primeiro tipo de carne a ser desidratada, por ser gordurosa e ter um sabor especial – revelou condutores de comitivas e antigos pantaneiros.

Além disso, acrescentou o parlamentar, tornou-se à época a  mais transportada  para alimentação nas longas viagens de comitivas e do trabalho do gado na região pantaneira de Aquidauana, durante o período das cheias, apartação e vacinação.

“As propriedades rurais eram áreas muito extensas, criação de gado extensivo, e o transporte das boiadas para engorda,  realizadas por comitivas, tinham longa duração até o destino final”, recordou.

Para o parlamentar,  essa necessidade fez com que os pantaneiros se adaptassem a um tipo de alimentação própria, o que originou o nascimento da carne oreada. Segundo pesquisa feita pelo senhor Neverton  Minnato,  com os  pantaneiros , e também  pelo  pecuarista, Sady Borges, o  termo “oreada” nasceu em função da carne, geralmente, ser de gado “oreano”, o seja, sem divisa nas orelhas – uma forma de identificar o proprietário do animal, antes de receber a marcação no couro.

“Hoje em dia com a diversificação e novas experiências na maneira de  confeccionar a carne oreada, temos diversos tipos dela, a qual se submete  ao processo “oreado” (costela desossada, colchão duro, maminha, granito, ponta de costela, etc.)sem retirar a característica da elaboração e do sabor inigualável”, contou.

Segundo ele, esse tipo de iguaria  difere-se  da carne de sol por ser  elaborada no sereno e desidratada de forma diferente. “ Pelo fato de  não se  ter adicionado tanto sal para sua desidratação, essa carne é característica dos pantaneiros de Aquidauana e fortemente comercializada nos açougues, casa de carnes e supermercados da cidade", finalizou.

O autógrafo de lei, assinado pelo presidente Anderson Meireles (PT do B), segue para o executivo a fim de ser sancionado pelo prefeito José Henrique Trindade (PDT), por meio de Lei Municipal.