O diretor clínico do Hospital Regional “Estácio Muniz”, Marcos Rogério Clemente de Araújo, encaminhou ao CRM/MS ( Conselho Regional de Medicina) carta de consulta com o objetivo de apurar junto à comissão desse Conselho se houve qualquer tipo de irregularidade no atendimento prestado à paciente Yvy Stefany de Góes realizado no dia 29 de agosto de 2017.
O encaminhamento da denúncia pelo hospital ao CRM é objeto de solicitação da Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social da Câmara Municipal de Aquidauana, sob a presidência do vereador Nilson Pontim (PSDB).
A Comissão de Saúde, por meio de ofício enviado ao diretor administrativo dessa unidade hospitalar, Joacir Gomes Mendes, busca esclarecimento ou informações relacionadas à denúncia apresentada à Casa de Leis pela irmã da paciente, Lidiane Alves Elizeu (documento manuscrito), no dia 20 de setembro de 2017, a fim de tomar providencias cabíveis como determina o Regimento Interno do legislativo.
O caso
Gestante de alto risco, Yvy vinha sendo acompanhada pelo Dr. Luiz Marti até o fim do seu pré natal. Depois de nove meses de gestação, o médico a encaminhou ao hospital no dia 29 de agosto a fim de ser submetida ao trabalho de parto pelo profissional de plantão.
O médico de plantão, I.B.V, no entanto, após examiná-la, disse que a paciente ainda não se encontrava em trabalho de parto e pediu a ela que aguardasse no dia seguinte o próximo plantonista.
Ainda segundo a denúncia, o R. E. A I, que assumiu o plantão no dia posterior, em conversa com a irmã da paciente, se recusou a efetuar o procedimento, ou seja, parto dela.
“Não vou assumir esse risco; eu não te conheço”, teria declarado o plantonista. Ela, porém, disse ao médico, que a irmã estava perdendo um “líquido estranho com aspecto de fezes”. Ele, no entanto, tornou a declarar, que não faria o parto da gestante.
Contudo, nervoso, por telefone, Dr. Rubens teria dito que o Dr. Irineu “não poderia deixar esse tipo de caso para ele”. O Dr. Irineu, então, retornou ao hospital às 10h30 para realizar o parto – procedimento realizado com o auxílio do plantonista.
De acordo com a irmã, o parto durou aproximadamente duas horas, porém, ela percebeu que havia algo errado. A enfermeira, conforme descreveu, passou correndo com o bebê para uma sala ao lado.
“Fui até ela [enfermeira] e perguntei o que estava acontecendo. Ela respondeu que estava tudo bem com a criança, que se encontrava na incubadora para melhorar a respiração. Até o fim do dia iria para o quarto com a mãe”, contou.
Entretanto, informou, isso não aconteceu e o bebê piorou. Ela, por sua vez, chamou seus familiares após ser comunicada pela pediatra, que o recém-nascido precisaria ser encaminhado às pressas para Campo Grande por considerar o seu estado clinico grave.
“Ele tinha feito cocô na barriga da mãe e ‘aspirou’ a ponto de afetar o pulmão”, acrescentou. Segundo a irmã da paciente, em razão de forte pressão de familiares e amigos, o bebê foi levado para Campo Grande por conta do seu estado crítico, o qual permaneceu 15 dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e atualmente encontra-se em fase de recuperação.
Por tudo isso, Lidiane Alves Elizeu, que protocolou a denúncia na Casa de Leis, espera que os vereadores adotem procedimentos legais para investigar os fatos ocorridos com a gestante a fim de não se repetir com outras pacientes atendidas naquele hospital.
Integram também a Comissão de Saúde, os vereadores Edinho Grance (DEM) e Aguinaldo da Saúde (PDT).