O médico, Dr. Alberto Cubel Brull Junior, corregedor do CRM/MS (Conselho Regional de Medicina), por meio de oficio encaminhado à senhora Lidiane Alves Elizeu, no dia 22 de novembro de 2017, quer que ela se manifeste por escrito o interesse de figurar como denunciante no processo instaurado por esse órgão (sindicância) para apurar supostas irregularidades cometidas durante o atendimento à ex-paciente Yvy Stefani de Góes, irmã dela, no dia 29 de agosto de 2017, no Hospital Regional de Aquidauana.
O vereador Edinho Grance (DEM), vice-presidente da Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis, que acompanha o caso, disse na Sessão Ordinária de terça-feira (05.12.2017), que a irmã de Yvi manifestou o seu interesse em atuar como denunciante nesta sindicância.
A solicitação tem como base uma “carta consulta”, enviada por meio de oficio, no dia 05 de outubro de 2017, pelo diretor clínico do hospital, M. R. C. A, o qual pede ao Conselho a apuração de fatos narrados pela denunciante envolvendo dois médicos, que atendeu a ex-paciente naquele dia.
Neste mesmo oficio, o diretor clínico havia informado ao CRM, que a denúncia da irmã de Yvy Stefani, feita manuscrita, tinha sido protocolada na Câmara Municipal no dia 20 de setembro de 2017.
A Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis também por meio de oficio havia solicitado ao diretor administrativo do HR, Joacir Gomes Mendes, esclarecimentos relacionados à denuncia apresentada à Casa pela irmã da vítima a fim de se tomar as medidas legais.
O mesmo processo investigatório foi instaurado pelo MP (Ministério Público ) estadual após o recebimento da denúncia por parte dos familiares da vítima.
O caso
Gestante de alto risco, Yvy vinha sendo acompanhada L. M. até o fim do seu pré natal. Depois de nove meses de gestação, o médico a encaminhou ao hospital no dia 29 de agosto a fim de ser submetida ao trabalho de parto pelo profissional de plantão.
O médico de plantão, I. B. V, no entanto, após examiná-la, disse que a paciente ainda não se encontrava em trabalho de parto e pediu a ela que aguardasse no dia seguinte o próximo plantonista.
Ainda segundo a denúncia, R. E. A. I, que assumiu o plantão no dia posterior, em conversa com a irmã da paciente, se recusou a efetuar o procedimento, ou seja, parto dela.
“Não vou assumir esse risco; eu não te conheço”, teria declarado o plantonista. Ela, porém, disse ao médico, que a irmã estava perdendo um “líquido estranho com aspecto de fezes”. Ele, no entanto, tornou a declarar, que não faria o parto da gestante.
Contudo, nervoso, por telefone, R.E.A.I teria dito que I.B.V “não poderia deixar esse tipo de caso para ele”. I.V, então, retornou ao hospital às 10h30 para realizar o parto – procedimento realizado com o auxílio do plantonista.
De acordo com a irmã, o parto durou aproximadamente duas horas, porém, ela percebeu que havia algo errado. A enfermeira, conforme descreveu, passou correndo com o bebê para uma sala ao lado.
“Fui até ela [enfermeira] e perguntei o que estava acontecendo. Ela respondeu que estava tudo bem com a criança, que se encontrava na incubadora para melhorar a respiração. Até o fim do dia iria para o quarto com a mãe”, contou.
Entretanto, informou, isso não aconteceu e o bebê piorou. Ela, por sua vez, chamou seus familiares após ser comunicada pela pediatra, que o recém-nascido precisaria ser encaminhado às pressas para Campo Grande por considerar o seu estado clinico grave.
“Ele tinha feito cocô na barriga da mãe e ‘inalou’ a ponto de afetar o pulmão”, acrescentou. Segundo a irmã da paciente, em razão de forte pressão de familiares e amigos, o bebê foi levado para Campo Grande por conta do seu estado crítico, o qual permaneceu 15 dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) sob cuidados médicos até a sua recuperação.
Matéria atualizada às 14h32 do dia 28.12.2017